terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Mamute de Diolinda - Parte 3


A mulher tomou um banho rápido, colocou um vestido florido e logo colocou brinco pulseira e um monte de apetrechos para se enfeitar, afinal fazia um bom tempo que não saia com ninguém, parecia que as pessoas se distanciavam dela toda vez que marcava um encontro, foi na cozinha e abriu a gaveta de talheres, pegou uma faca e colocou na bolsa xadrez, caso aquele homem estava mentindo sobre alguma coisa, apagou todas as luzes de seu pequeno lar e saiu correndo as escadas, mais uma vez o velho acenou para a mulher sem olhar para o belo rosto fino e os cabelos e olhos negros da mesma, chegando ao sushi ela avistou o violinista sentado ao lado da janela. Ele estava tomando uma bebida azul e seu violino estava em uma caixa com o mesmo formato do instrumento apoiado no encosto do sofá laranja, afinal toda decoração daquele restaurante era laranja a mesma coloração da carne do salmão. Ela sentou-se e ficou olhando para a cara do homem que olhando para sua bebida azulada, disse:

- Meu nome é Jorge. O violinista – em seguida olhou nos olhos da moça.

- Você pode me dizer o que está acontecendo? – Perguntou Diolinda.

O violinista deu 3 grandes goles da sua bebida e olhou para os quadros do lugar, voltou seu olhar para a mulher e disse.

- Antes de tudo, eu já sei o seu nome e muito mais coisa sobre você. Inclusive sei que tem uma faca na sua bolsa, mas fica tranqüila, que eu também sei que você é incapaz de fazer qualquer coisa comigo.

A mulher tremeu as pernas de medo e o nervosismo de seu ego a abraçou naquele exato momento, sem exaltar pegou o copo que Jorge estava bebendo e saciou a sua sede com aquele “treco” azulado. Respirou fundo e disse:

- Qual é o seu problema? Porque você me cham... – Jorge cortou a conversa e disse:

- Diolinda, você ganhou o convite daquela orquestra na sua empresa, sabíamos de tudo e demoramos para elaborar aquele momento crucial. Você foi para lá, viu um senhor tão gordo que ocupava 3 lugares...- A mulher interrompeu a conversa

- Só quero saber uma coisa. O que, que eu tenho de tão especial?

- Você é como um violino, só precisa das notas certas e do tempo exato para soar como uma única melodia.

Diolinda abaixou sua cabeça e deu uma risada, voltou seu olhar a Jorge e disse:

- Não me venha com filosofia Sócrates, se você quis me deixar nervosa, você conseguiu, estou saindo.

- Está bem. Não precisa ficar nervosa, só quero que você abra a caixa do meu violino. – ele pegou a caixa apoiada ao seu lado e colocou em cima da mesa. Novamente disse:

- Mas pelo amor de Deus, não conte pra ninguém o que você verá, ok?

- Tudo bem – concordou a moça.

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