A mulher havia ido sozinha naquele espetáculo, entrou em seu carro com medo, ansiosa por não saber o que iria mudar a sua vida. Dirigia seu carro, um fusca vermelho numa velocidade muito mais devagar que os outros, seu olhar estático mirava o fim da longa avenida, iluminada pelos postes e pela lua, ao redor palmeiras enormes e arranha-ceús dando um contraste imenso, a garoa fina fez com que o Diolinda ligasse o pára-brisa e prestasse mais atenção nos veículos a sua volta, as buzinas dos carros que alertavam para ela ir mais rápido soavam como melodia em seus tímpanos e nem a marcha era trocada e nem o pé afundava no pedal, ela estava no fusca, mas para Diolinda, ela estava em outro mundo, parou seu carro na rua e correu de salto até seu apartamento num bairro pobre da cidade, feito com tijolos, entrou rápido, com a bolsa xadrez em seus braços e com a pele toda arrepiada pelo frio e pela garoa, acenou para o porteiro, um senhor baixo, com cabelos brancos só na lateral do coro cabeludo, sendo que a careca fazia um círculo exato na sua cabeça, possuía olhos grandes e azuis, pele enrrugada e fumava um cigarro, sentado em uma cadeira de couro, assistindo um dos programas horríveis que passa no sábado a noite. Diolinda entrou no quarto e arremessou a bolsa sobre o sofá da sala, atirou os sapatos salto alto na sua cama e caminou até a cozinha onde bebeu um copo de água, sentou-se e levantou-se rapidamente, correu até a sala e começou a mexer na sua bolsa, lá Diolinda viu o telefone do violinista marcado em um papel cinza e com uma letra péssima, a qual ela demorou cerca de 30 minutos para decifrar se o número 4 era o 9 ou se o 9 era o 4, pegou o telefone e ligou para o número.
Uma voz bem cansada atendeu, mas era o timbre da surpresa, havia o som de vento, barulho, transito, buzina.
- Oi, quero saber quem você é? – Perguntou Diolinda.
- Ora, eu sou o Violinista! Exclamou o músico
- Não quero saber disso...por que se levantou e me chamou para ir ao palco, quem é você?
- Me encontre daqui a 20 minutos no sushi “ Salmon kin”. – afirmou o homem
- Que sushi é esse?
- Abra a janela de seu humilde apartamento e veja com seus olhos. – O Violinista falou estas palavras e logo em seguida desligou seu celular.
A mulher se debruçou no sofá e abriu as cortinas de sua janela, estava lá “Salmon kin” Omelhor sushi da região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário