Numa linda orquestra, todos os pagantes daquele espetáculo aguardavam ansiosamente a entrada dos músicos. O Teatro era enorme, enfeitado por diversos tipos de rosas dentro de enormes vasos sobre pilares de aço. Havia velhos de cartola colorida, criança berruga na testa que tinha formato de um pônei, tinha velha desdentada e até um gordo, tão gordo que ocupava 3 cadeiras daquela platéia.
Diolinda se sentou e ao bocejar pela primeira vez, viu entrando os músicos, todos com características fortes, todos com um ar de sabedoria. O Show começou e a criança com a berruga na testa havia dormido após meia hora de espetáculo, dormira de boca aberta e o sono fez com que fizesse uma bolha na boca que com uma longa respiração a mesma planava sobre a cabeça daquele público que não piscava por um segundo, esta estourou na cabeça de Diolinda que se levantou frustrada diante de centenas de pessoas sentadas. O violinista viu a cena e parou, todos da orquestra pararam também, não entendiam porque o violinista magricelo, de óculos e cabelos ruivos havia parado de tocar seu precioso instrumento, foi quando o mesmo gritou.
- Você, moça. Pode vir ao palco?
A mulher ficou surpresa e caminhou até o palco, subindo as escadas o homem retirou uma rosa de um dos vasos e entregou na mão da mulher, que vermelha de vergonha, fugia seu olhar daquele gigantesco público.
- Ninguém havia entendido o significado desta música até hoje, mas você se levantou bem na hora certa e por isso, vou lhe contar um segredo, que apenas poucas pessoas sabem – afirmou o músico.
Cochichando no ouvido de Diolinda, o músico ajeitou a sua gravata borboleta enquanto o público já sentia o incomodo tomando conta de ego.
- Preciso que você saia comigo após o show, não é besteira, não ache coisa errada, mas você é a pessoa certa, fizemos muitas turnês pelo mundo e hoje sabemos que o dia chegou e você foi à escolhida – cochichou mais uma vez, enquanto colocava seu telefone na bolsa xadrez ( vermelho e azul ) da mulher.
Diolinda o retribuiu com um sorriso e segurando a rosa em sua mão sentou em seu lugar. No fim do espetáculo, viu o pianista da orquestra subindo rapidamente as escadas e beijando uma senhora de olhos verdes e pele branca como a neve, segurou a mão de seu filho, um menino loiro com uma berruga estranha na testa, descendo os degraus o menino olhou para Diolinda, arregalou os olhos e deu uma piscada e só com mexendo os lábios o pequeno disse – FUI EU – estava tão claro que aquilo foi algo que o destino havia lhe proporcionado.
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