segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mataram com o leite e vão ser mortos pelo leite

A Justiça chinesa condenou à morte três acusados por comandar o esquema de adulteração de leite que causou a morte de ao menos seis crianças e afetou mais de 300 mil pessoas. Oito pessoas foram consideradas culpadas nesta quinta-feira por acrescentar ao leite a substância melamina.


O componente químico industrial é usado na fabricação de plástico e foi acrescentado ao leite por fábricas chinesas para aumentar ilegalmente o teor proteico do produto. O caso foi descoberto no ano passado, depois que alguns bebês morreram e outros tiveram quadros graves de infecção urinária e aparecimento de pedras nos rins.



A descoberta da substância no leite gerou um escândalo sobre a falta de segurança de certos produtos, tanto alimentícios como de outros setores, fabricados na China nos últimos anos, e afetou a exportação chinesa de produtos lácteos e derivados.



Dois dos oito acusados --cujas identidades não foram divulgadas-- foram condenados à prisão perpétua e outras três pessoas deverão pegar penas de cinco a 15 anos de prisão. No total, 21 suspeitos devem enfrentar acusações, entre eles Tian Wenhua, ex-presidente da companhia agrária Sanlu --principal responsável pela adulteração do leite no país.



Tian e outros três executivos --os diretores Wang Yuliang e Hang Zhiqi, e o ex-chefe de uma subsidiária da empresa Wu Jusheng-- ainda são julgados por produzir e vender o produto maquiado. Eles foram presos em setembro passado.



De agosto até o meio de setembro de 2008, a Sanlu envasou e vendeu mais de 813 mil toneladas de leite adulterado. Casos de infecção pelo produto irregular foram registrados em várias partes do mundo, principalmente na Europa, na Ásia e na Oceania. Indícios de melamina foram encontrados em produtos e derivados de leite de ao menos 20 empresas --entre elas a gigante suíça Nestlé.



No começo de janeiro, o ministério da Saúde da China reconheceu que 296 mil crianças ficaram doentes depois de ingerir produtos lácteos que continham melamina. Em um comunicado, o ministério diz que o número de crianças que morreram pode aumentar.

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