quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Bobo da corte

Personagem medieval que acompanha o rei podendo criticá-lo sem correr o risco de ser preso. O bobo teve sua origem no império romano-bizantino. No fim das cruzadas tornou-se figura comum nas cortes européias. Seu desaparecimento deu-se durante o séc.XVII.
Livre no falar e agir, o bobo da corte divertia o rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. Não era bobo nada! Inteligente e atrevido ele diz aquilo que outros só pensam. Com ironia mostra as duas faces da realidade. Manipulando sua máscara revela as discordâncias íntimas e expõe as ambições do rei. Com exagero imita as esquisitices do seu patrão. Entendia muito bem a política e, mesmo sendo às vezes, um deficiente físico (anão, corcundo ou aleijado) constituía um fator crítico ao lado de quem tem poder. Seus gestos burlescos e disparates irônicos questionavam os responsáveis pela ordem pública. O rei e o bobo complementam-se. Bem compreendido o bobo é um fator de eqüilíbrio e progresso. Alguns bobos célebres: "Dom Bibas" na corte do conde Dom Henrique (final do séc.XI); Mitton e Thévenin de Saint Leger na corte de Carlos V; Triboulet nas cortes de Luís XII e Francisco I. Na Inglaterra em 1597, Shakespeare criou John Falstaff, o bufão do príncipe Harry, filho do Rei Henry III (falecido em 1413). Nas cortes espanholas, os bufões eram honrados e muito influentes. O seríssimo rei Felipe II andava acompanhado por vários bufões. O pintor Antônio Moro pintou "Pejeron", truão favorito do conde de Benavente. Cristobal de Pernia era o bobo mais afamado no tempo do rei Felipe IV. Na mesma época (c.1630) Diego Rodriguez de Silva e Velásquez pintou com perfeição o "Bufão Calabazas".

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